AMOTINADOS

29.5.11

Revisão

Dê férias à existência ajustada em princípios, meios e regras. Pare de medir o mundo com régua, abandone as metas, trace com compasso curvas e retas. Seja do contra, dizer sempre sim é coisa de santa ou de anta. Feche os olhos às caretices, perpetre pequenas ou grandes sandices. Cometa uns pegas na escada, bjos demorados no hall, amassos na sala. Deixe de lado a secura, ofereça as costas às leis, mande às favas minguadas censuras. Coloque os pudores de molho com jeito, converta a mesa da cozinha em leito, o apê acanhado em encantado céu. Cante alto como uma possessa, fique rouca. Se der vontade, tire a roupa. A vida é breve, caetaneada meu bem: real e de viés. (D.Álvares)

4 comentários:

  1. Dário, a vida é breve. Se algo sufoca o peito, vamos rápido, então, mas de leve, com jeito...

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  2. O silêncio é a voz da alma, o grito da vida, tentando romper a barreira da razão... depois do silêncio, enfim, liberta-se a vida e sua voz pode soar livremente e ser ouvida ao longe... É... a cabeça é o sarcófago da vida e, na verdade, a "correção" precisa de correção, porque não é de correção a necessidade da vida, mas de "revisão" do molde do viver para libertar a alma

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  3. O encantamento da troca pela magia da escolha trocar nem sempre é escolher
    às vezes trocar é reescolher a mesma coisa e às vezes trocar produz a libertação
    É a magia da palvra o poder mágico da linguagem que tanto me encanta

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  4. Enlouqueça! O melhor melhor remédio é a loucura, a única verdadeira cura para este mal social. A doidice é a redenção, melhor forma de não economizar emoção e não se curvar a doença de ser normal. Tudo que eu queria é esta liberdade, de pairar acima da sociedade e do julgamento alheio. Por isso subo no puleiro e me faço de passarinho, desisto de comprar apartamento, vivo de vento, me torno moinho. Faço pão de cada grão que encontro no caminho. Pedras? Eu junto todas para fazer meu castelo, no meio do ar, mudo para o mundo do belo, onde se pode conjugar sem medo o verbo amar e cada um é um elo desta corrente de gente onde posso ser o que quero na minha própria loucura indulgente.
    Assim me liberto da maldição de viver aprisionada pelo mundo ponderado da razão.
    Sou apenas uma pessoa que vive a vida com a mais profunda emoção.

    Adorei ler!

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