Fez-se seca minha imaginação, enquanto chove lá fora. E sem imaginação um bardo, mesmo um bardo medíocre, definha. Uma absoluta incapacidade de transcender o branco do editor de textos, o gelo no teto do quarto, os espelhos de um motel barato. A soma de caracteres na idealização coerente fugiu-me de assombro. Perco as palavras ou as substituo por outras foneticamente piores, atiro adjetivos e substantivos às companhias espúrias, miro a cabeça e acerto os escrotos. Entrego-me desesperadamente à procura da parca densidade de outrora. Tropeço na falta de charme, fraturando a fecundidade ausente. Cigarros abundam no cinzeiro do escárnio, negando-me o fluxo narrativo. Busco-o. Não o encontro na tarde quedada, na noite esvaída e nem quando a madrugada chega cegando as trevas. (D.Álvares)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Se esse é o fruto de uma imaginação seca, chuva para que?
ResponderExcluirAQUI,
ResponderExcluirhá o que bem gosto.
resolvi ficar.
Sigo-te;
Luz!