Às vezes a minha poesia ganha pele, músculos, sangue, saliva, assume vida, conquista autonomia. Sai por aí a cobiçar mulheres, vislumbrando descendência, arrepiando pelos, liberando flatulências. A minha poesia não é pianinho: quer entornar canecas de vinho, viver de brisa, fumar unzinho, banhar-se em cachoeiras, sentir a chuva, falar besteiras. Às vezes a minha poesia é vadia: abandona o monitor, sente o dia, o vento e o calor, observa o Sol nascer e o Sol se por, entra no cio, tem ereção, pisa na lama e rola no chão. E é uma ânsia tão incontrolável de ser gente, que a doida almeja experimentar até dor de dente, chorar sozinha, visitar parentes. Nesses momentos eu grito um grito pungente: BASTA DE MANHAS, POESIA INSANA. (D.Álvares)
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Dário...
ResponderExcluirBelo dia!!
Indecente pode ser tudo... Mas não as suas poesias!!!
Joan d'Arc...
(e não é loucura da joaninha)